”No calor dos acontecimentos, a gente dá umas caneladas”, diz Jair sobre fraude nas urnas

Bolsonaro teria feito acusação de fraude nas urnas. Foto: Estadão

Em encontro com ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou nesta terça-feira, que, ”no calor dos acontecimentos, a gente dá umas caneladas”. A frase foi entendida como um pedido de desculpas pelas críticas feitas durante a campanha, quando o então presidenciável do PSL entrou em choque contra o TSE ao colocar em dúvida a lisura das urnas eletrônicas. Durante a visita, que durou aproximadamente 35 minutos, Bolsonaro ganhou um exemplar da Constituição Federal da presidente do TSE, ministra Rosa Weber, e visitou o plenário onde será diplomado no dia 10 de dezembro. Na garagem do tribunal, foi abordado por servidores, que tiraram ”selfies” com o futuro presidente da República. Logo após a confirmação do resultado do segundo turno, Rosa telefonou para Bolsonaro, parabenizou o deputado federal pela vitória nas urnas e o convidou para visitar o edifício-sede do TSE. Estavam na audiência os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Og Fernandes, Tarcísio Vieira, Jorge Mussi e Admar Gonzaga. Do lado de Bolsonaro, vieram o general da reserva Augusto Heleno, indicado para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e o advogado Gustavo Bebianno, cotado para assumir a Secretaria-Geral da Presidência. Nesta terça-feira, o ministro Barroso concedeu um prazo de 72 horas para que o presidente eleito apresente esclarecimentos e documentos complementares para sanear problemas na prestação de contas de sua campanha identificados pela área técnica do tribunal. Na última segunda-feira (12), a Assessoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias (Asepa) finalizou parecer em que apontou uma série de irregularidades e indícios de omissão de gastos eleitorais na prestação de contas da campanha vitoriosa de Bolsonaro à Presidência da República. A Asepa identificou um total de 23 falhas, como indícios de recebimento indireto de doações de fontes vedadas, ausência de detalhamento na contratação de empresas e comprovação de serviços efetuados e até mesmo informações divergentes entre os dados de doadores constantes na prestação de contas e aquelas que constam do banco de dados da Receita Federal.