Mesmo após veto de Bolsonaro, Henrique Mandetta defende avaliação periódica de médicos

Mesmo após o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), rejeitar a ideia de uma recertificação para médicos, o futuro ministro da Saúde, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta, voltou a defender avaliações periódicas ou exigência de participação em cursos ao longo da carreira para monitorar “como os profissionais estão se desenvolvendo, como estão se especializando”. Segundo Mandetta, o Legislativo deve estabelecer um marco regulatório para a questão. O deputado negou, no entanto, que defenda proposta de certificação nos moldes do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Concordo com o presidente, se fosse para fazer uma prova de admissão nos moldes da OAB como condicionante para exercer profissão seria absurdo, porque olha quantos anos leva para formar um médico. Mas, para garantir que a sociedade vai ter profissional legal, terá que haver uma modernização na fórmula”, declarou ao Estadão/Broadcast Político. Ele destacou que a lei que dispõe sobre os Conselhos de Medicina é de 1957 e está desatualizada. Mandetta considera necessário existir um marco regulatório para deixar as regras mais claras, caso contrário acredita que o próprio mercado fará exigências de certificações e provas privadas. “Não é algo que se faz sem discutir com Congresso”, afirmou. Segundo ele, há uma série de leis no Congresso que tratam da graduação, da pós-graduação e do exercício das profissões da área da saúde que podem ser avaliadas. Embora tenha dito que não é favorável ao exame de certificação para recém-formados, citou entre as propostas um texto que está no Senado com exame de proficiência obrigatório. Lembrou, ainda, de outro projeto da Câmara que busca “trazer o âmbito de carreira” para a área da saúde, com sistema de pontuações. Para ele, “é necessário juntar isso tudo, organizar discussão e fazer marco regulatório”. “O tempo de vida útil de um profissional é 41 anos. Nesses 41 anos, a única coisa que ele fez foi a inscrição no conselho quando tinha 25 anos, não precisa mais nada ao longo desses anos. Precisa ter monitoramento de como estão se desenvolvendo, como estão especializando”, disse.