Mascaras que caem

Enquanto no auge da pandemia do Coronavírus (Covid-19) milhares de brasileiros reforçam a proteção colocando máscaras, algumas das principais lideranças políticas e gestores públicos fazem o caminho inverso e deixam cair suas máscaras, mostrando a real feição e o que são na realidade do momento atual. Sem mais subterfúgios ou tentativas de mascarar uma situação que pregam, mas que executam de forma totalmente contrária, revelam seus propósitos e a realidade política-ideológica que movem suas ações. ”Façam o que digo (e mando) mas não façam o que faço!”.

Personalidades públicas, como o governador de São Paulo, João Dória, os ex-ministros Sérgio Moro (Justiça) e Henrique Mandetta (Saúde), e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, expõem, à cada dia, suas reais feições políticas-ideológicas, não mais se escondendo atrás das máscaras da pandemia, que cobrem apenas seus rostos, mas não o caráter de cada um. Atrás deles, e seguindo a mesma trajetória, seguem alguns governadores, prefeitos e personalidades do meio artístico, e até mesmo renomados jornalistas em seus veículos de comunicação tradicionais.

O governador João Dória, que desde o início da Pandemia deixou claro o seu propósito de minar e torpedear o governo do presidente Jair Bolsonaro, para tentar ocupar o seu lugar em 2022, abriu guerra aberta e declarou o estado de São Paulo como um Brasil à parte. Impôs o maior lockdown no estado e depois de trancar tudo, viajou para Miami (EUA) para curtir as férias de final de ano. O seu companheiro de luta nessa empreitada, o prefeito da capital, Bruno Covas, tão logo foi reeleito, aumentou o seu salário em 43%, atingindo o teto de R$ 35 mil.

Na sua guerra contra o presidente Jair Bolsonaro, João Dória ignorou a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e determinou a compra de 46 milhões de doses da vacina chinesa Coronavac, para imunizar os paulistas. Alguns governadores e prefeitos seguiram a mesma toada e reservaram os primeiros lugares na fila. Agora veem com preocupação que nem mesmo a China, país matriz da pandemia, aprovou a Coronavac, chamada por Dória de a “Vacina do Brasil”. Preferiu a Sinopharm, que parece ter comprovada eficácia maior que a sua congênere.

Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), tão logo se configurou que o ”baipasse” na Constituição não seria possível, com a sua reeleição, afirmou que o objetivo agora é ter um sucessor que seja contra o presidente Jair Bolsonaro. Não importa como e de onde ele venha, nem que seja apoiado e indicado por partidos como o PT e o PSOL. São as mesmas características que têm revestidos, cada vez mais, as aparições públicas dos ex-ministros Sérgio Moro e Henrique Mandetta, que após deixaram o cargo, se tornaram desafetos do presidente da República.

No despir-se das máscaras, celebridades ou que recentemente vieram a ser, usam cada vez mais o ditado do fazer o que digo e não o que faço. Foi o caso da médica paulista, Thelma de Assis, protagonista da campanha milionária de R$ 180 mil do governo de São Paulo, para o “Fique em Casa”, que depois da pregação, resolveu curtir com as amigas as festas de final do ano em uma ilha alugada. Sem máscaras e sem pudor.

Até mesmo o Jornalismo, que por suas características basilares deveria ter o máximo de informação para se ter o mínimo de isenção, enveredou pelo ativismo e militância política partidária, quando distorce ou sonega informações. Esse mesmo Jornalismo é o que se indigna com as falas do presidente Jair Bolsonaro, mas faz ”cara de paisagem” com a condenação à prisão de uma jornalista chinesa, porque denunciou a existência da pandemia na província de Wuhan, onde tudo começou. Ou quando insiste em se referir ao Jornalista (formado e com registro), Euvaldo Eustáquio, preso e levado ao hospital algemado em uma maca, como sendo apenas um blogueiro, numa forma de depreciá-lo. Ou ainda se calar, quando um editorialista da Folha de São Paulo externa o desejo de ver o presidente da República morto. Máscaras que caem e desnudam feições.

Na prevalência dos interesses políticos-ideológicos, antes escondidos sob máscaras da pandemia, os armários vão se abrindo e deles saindo personagens dos mais diversos matizes O que antes estava encoberto e que só se antevia ou se intuía, com as máscaras caindo, se mostra como é.

”Os hipócritas são aqueles que aplicam aos outros os padrões que se recusam a aceitar para si mesmos”. Noam Chomsky – (7 de dezembro de 1928) é um linguista, filósofo, acadêmico e ativista político norte-americano, conhecido como o “o pai da linguística moderna”.

* Por Adilson Fonseca