Jequié: Vereador diz que oposição expõe Câmara ao ridículo ao tentar emplacar impeachment

Simões que sessão foi marcada às pressas. Foto: Emanuel Jr.

Para o vereador José Simões de Carvalho, atual líder do Governo na Câmara de Jequié, há um movimento político instalado na Casa contra o prefeito Sérgio da Gameleira.  Em entrevista à Rádio 93 FM, na manhã desta quarta-feira (13), Simões, ex-presidente da Câmara, acompanhado do vereador Eliezer Fiim, também ex-líder do Legislativo jequieense comentaram a suspensão da sessão que seria realizada ontem para votar abertura de processo de impeachment contra o chefe do Executivo.

Para Simões, o presidente Emanuel Campos – Tinho estaria violando as diretrizes determinadas pela própria presidência, que teria publicado portaria com restrições por conta do novo coronavírus, inclusive a suspensão de sessão e posterior a sua determinação convocou uma extraordinária para votar processo de impeachment, sem levar ao conhecimento dos pares o conteúdo da denúncia apresentada por um membro do PV – Partido Verde, legenda a qual é filiado o presidente. ”Temos um decreto do presidente Tinho, em que no em seu artigo 4º, reza: enquanto persistirem os problemas de saúde pública por conta do novo coronavírus, os vereadores deliberaram, exclusivamente em caráter de urgência, as proposições advindas do Executivo e do Legislativo por meio de sessões extraordinárias, nos termos do regimento interno e da lei orgânica do município. Ora, se nós, só pudemos, através do decreto presidencial, tratar de assuntos urgentes do Executivo e do Legislativo, como abriremos um precedente para tratarmos de uma denúncia de um membro do Partido Verde? Nesse momento já configurava uma violação as diretrizes determinadas pela própria presidência”, condena Zé Simões, que continua: ”Não satisfeito com isso, chega essa denúncia na segunda-feira, o presidente se encaminha com o denunciante para a sala do vereador Gilvan, dialogam e surpreendentemente marca uma sessão para terça-feira, às 17h, e nós vereadores sequer sabíamos o assunto que iríamos votar, porque as bancadas não foram informadas do teor da discussão. Como que nós vamos discutir um assunto em uma sessão marcada às pressas? Então, diante das violações que sentimos, teríamos que recorrer à justiça para suspender a sessão e para que nós, pelo menos, tomássemos ciência do que vamos votar. O presidente tem um compromisso de seguir fielmente a lei orgânica e o regimento interno e não pode tomar partido político de minoria ou maioria”, bradou Simões, que disse ainda que os integrantes da bancada de oposição estariam expondo à Câmara ao ridículo com processo de impeachment em período de pandemia, com vários casos do vírus registrados em Jequié.

O discurso de Simões foi endossado por Fiim, tendo o edil afirmado que não se pode trocar prefeito ”a toque de caixa” e que Jequié já vive uma crise da Covid-19, com atuação, na visão do parlamentar, eficiente da Prefeitura que tenta conter a disseminação da doença.