Uma sessão tensa na Câmara de Jequié marcou a votação do processo que pedia a cassação do prefeito Sérgio da Gameleira (PSB), nesta quarta-feira (27). Com 10 votos contrários e 8 favoráveis ao impeachment, o pedido de afastamento apresentado na Casa pelo ex-vereador Reginaldo Barros, sob alegação de constatação de irregularidades na aplicação de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb foi rejeitado pela Câmara. A tensão no dia de votação começou bem antes do início da sessão, com as galerias da Casa sendo tomadas por populares já por volta das 15h. Manifestantes contra e a favor do prefeito, inclusive membros da gestão municipal, se aglomeraram no plenário, fazendo recrudescer o clima de polarização entre parlamentares governistas e oposicionistas. A sessão ordinária que teve início às 17h foi prorrogada até as 20h40. O teor da denúncia contra Gameleira foi lido sob vaias e aplausos dos manifestantes pelo terceiro secretário, o vereador Gutinha, em seguida pelo primeiro secretário, Dorival Jr. Após a conclusão da leitura, vereadores da bancada de oposição subiram a tribuna fazendo críticas e acusações contra o chefe do Executivo. O vereador Colorido pediu que a Polícia Federal e o Ministério Público da Bahia apurem as denúncias sobre irregularidades na gestão local, apresentadas aos órgãos pelos integrantes da oposição.
Apenas dois governistas: Roque Silva e Zé Simões saíram na defesa de Sérgio. Simões ironizou a denúncia lida e classificou a sessão de comédia, fazendo afirmação de que o prefeito herdou herança maldita de gestões anteriores ao falar de dívidas enfrentadas pelo município e disse que não há motivo para afastamento do mandatário. O autor do impeachment, Reginaldo Barros, que ocupou cargo na Prefeitura até novembro de 2018, compareceu ao plenário para acompanhar a votação e foi vaiado por servidores aliados de Gameleira. O presidente Emanuel Campos – Tinho reprimiu algumas manifestações. Policiais militares e guardas municipais garantiram a segurança na Câmara. A votação ocorreu com a presença de 18 vereadores. Ramon Fernandes apresentou justificativa para sua ausência, tendo informado que estava de viagem marcada com a família.
Votos favoráveis ao afastamento:
Soldado Gilvan
Admilson Careca
Joaquim Caíres
Laninha
Dorival Jr.
Reges Silva
Colorido
Tinho
Votos contrários ao afastamento:
José Simões
Guina Lopes
Ivan do Leite
Pastoleiro
Roque Silva
Gutinha
Beto de Lalá
Adriano Guião
Marcinho Melo
Eliezer Fiim