Jequié: Após pressão popular, prefeito retira projeto da COSIP e parecer sai da pauta da Câmara

Manifestantes disseram ”Não a COSIP”. Fotos: Marcos Frahm

A polêmica proposta do prefeito de Jequié, Sérgio da Gameleira, encaminhada a Câmara Municipal ainda em 2017, mas que permeava discussões na Casa Legislativa e provocava rejeição da população até os dias atuais foi retirada na sessão desta terça-feira (20), depois da decisão do chefe do Executivo de recuar e encaminhar ofício ao presidente do Poder Legislativo, Emanuel Campos Silva – Tinho, em que solicita a devolução do Projeto de Lei que institui a Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública-COSIP, depois de ter se reunido a tarde no gabinete da Prefeitura com vereadores da base aliada e secretários municipais. No ofício enviado, Gameleira explicou que o projeto passará pelas ”devidas adequações”, e o Parecer da Comissão de Justiça, que seria votado, foi retirado de pauta pelo presidente.

Presidente Emanuel pediu para o grupo ”acalmar os ânimos”

Horas antes da sessão, a Prefeitura já havia publicado em seu site oficial uma nota pública reportando o encontro do prefeito com vereadores da base aliada.  ”Na reunião ocorrida no prédio sede da Prefeitura, na tarde desta terça-feira, 20, o prefeito Sérgio da Gameleira enfatizou aos vereadores a necessidade de resgatar para o entendimento mais claro, principalmente às entidades que, mesmo convocadas não compareceram às diversas audiências públicas promovidas pela Prefeitura no intuito de discutir e esclarecer diversos pontos do projeto de lei”, diz a nota. Na Câmara, o recuo do Governo causou surpresa. A expectativa era de que Gameleira seguisse adiante com o projeto, já que teria travado luta com o Legislativo, chegando a acionar a Justiça em 2017, sob alegação de postergação na votação da matéria, que foi encaminhada em caráter de urgência, tendo o presidente Emanuel sido intimado a comparecer a sede do Fórum Bertino Passos para esclarecer sobre as reclamações de Sérgio.

Galerias da Câmara estiveram lotadas durante sessão ordinária

Na sessão desta terça, o presidente da Câmara falou também sobre o Agravo de Instrumento da quinta Câmara Cível, cujo processo teve como relator o desembargador José Edivaldo Rocha Rotondano. O atraso deveu-se ao fato de dois vereadores terem pedido vistas ao projeto e a votação não ocorreu em dezembro. É importante destacar, ainda, a forte pressão popular liderada por vários seguimentos da sociedade, que se posicionavam publicamente contra a COSIP. Os protestos nas ruas e nas redes sociais provocara um clima de insegurança no governo quanto à possibilidade de sofrer uma derrota na votação. O que motivou o recuo do prefeito e, na sessão, as mobilizações de manifestantes ganharam força, com as galerias lotadas, depois da informação de que três dos vereadores da base governista: Soldado Gilvan, Laninha e Roque Silva decidiram se posicionar contrários a COSIP, sendo aplaudidos pelo público presente,  que entoou gritos de “Fora, Prefeito”. A manifestação gerou reações do presidente, que pediu cautela aos manifestantes, para o andamento da sessão que terminou com discursos de oposicionistas, como: Ramon Fernandes, Joaquim Caíres e Régis Silva, que usaram a mesma expressão ao se referir a decisão do prefeito: ”se acovardou”.