Jaguaquara: Doente mental surta é morto após reagir a abordagem da PM durante apoio ao CAPS

Ednildo chegou a ser levado ao hospital. Foto: Blog Marcos Frahm

Um rapaz foi morto após sofrer disparo de arma de fogo por policiais militares durante uma ação de apoio a equipe do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) em Jaguaquara. Ednildo Gonzaga dos Santos, 36 anos, era morador da Rua Genésio Gomes, bairro Nova Jaguaquara, onde foi atingido em sua casa e socorrido ao Hospital Municipal, por volta das 12h desta quarta-feira (14), falecendo após dar entrada na unidade hospitalar, conforme informações policiais.

O CASO

Em nota, a Polícia Militar, através da 3ª Cia, informou ao Blog Marcos Frahm que a guarnição da Gavião 8.1922 teria sido acionada por uma equipe do CAPS, composta por uma enfermeira, um guarda municipal e o motorista do veículo que presta serviços ao órgão para apoio em uma ação de tentar conter o rapaz, que era paciente da unidade e havia sofrido surto psicótico. Ainda segundo a nota, ao chegar ao local os policiais obtiveram autorização da mãe de Ednildo para adentrar no imóvel acompanhando a equipe, mas que o mesmo se apossou de um facão, que estava sobre a pia da cozinha, passando a desferir golpes contra os militares e os servidores do CAPS, sendo um policial ferido no antebraço, momento em que, dois cães, ao perceber que o seu dono estava sendo ameaçado resolveu atacar o policial ferido e que, o PM, com a finalidade de se defender e preservar a integridade física de todos acabou efetuando disparos para conter a agressão, atingindo o paciente e um animal [cachorro], que teve a pata amputada. A PM informou também que Ednildo entrou em luta corporal com os militares mesmo depois de atingido, sendo imobilizado e conduzido ao hospital, onde foi a óbito. Horas depois, familiares em frente ao Instituto Médico Legal de Jequié contestavam o caso e diziam que o rapaz era portador de distúrbio mental. A redação conseguiu manter contato com o CAPS de Jaguaquara, na manhã desta quinta-feira (15), tendo a diretora e enfermeira Camilla Alkmm confirmado que Ednildo era doente mental e no curso da doença o paciente e seus familiares vivenciaram momentos de angustia diante do comportamento apresentado pelo mesmo, que segundo Camilla vinha fazendo ameaças a família e aos vizinhos, motivo pelo qual a equipe havia sido solicitada pela sua genitora. Ela diz que Ednildo também era usuário de substância química e que o objetivo da visita, além de tentar contê-lo a base de medicamento era viabilizar o encaminhamento do paciente para internamento no Hospital Geral Prado Valadares – HGPV, em Jequié.  ”Nós fomos no intuito de ajudar a família, que não aguentava mais a situação e ele precisava ser internado porque estava em surto, de posse de um facão, recusando comprimidos e a orientação do médico era de que pudéssemos conte-lo para aplicação de medicação injetável, mas infelizmente ele estava muito agitado  e ocorreu isso, agressão dele ao guarda e aos polícias e veio a reação. Nós já teríamos providenciado a regulação após solicitação e liberação de vaga para o internamento. Lamentamos profundamente o ocorrido, e reafirmamos que a intenção nossa e da polícia era ajudar a família e acolher o paciente. Toda a equipe do CAPS está entristecida”, explicou a diretora. O Instituto Médico Legal de Jequié concluiu que a causa da morte de Ednildo foi tiro.