Jaguaquara: Disputa pela presidência da Câmara continua sendo uma grande ”incógnita”

Prefeito se ausenta e edis se movimentam. Foto: Blog Marcos Frahm

Embora ainda faltem poucos dias para a eleição de presidente da Câmara Municipal de Jaguaquara, os vereadores não sabem dizer quem comandará o Poder Legislativo no período 2019/2020. Mesmo com duas virtuais candidaturas anunciadas, a do ex-presidente Raimundo Louzado (PR), que saiu na dianteira com o anúncio do seu nome faz tempo, e Cristiane Pinheiro (PP), que apesar de não revelar publicamente passou a pedir votos aos colegas na semana passada a disputa pela presidência continua sendo uma grande incógnita. Os candidatos são integrantes da base de sustentação do prefeito Giuliano Martinelli (PP), a quem caberá a palavra final, conforme os próprios presidenciáveis afirmam. No entanto, o prefeito não demonstra interesse em interferir no processo, que ocorrerá às 10h de quinta-feira (20), no plenário da Casa. Quando indagado, Martinelli diz que vem deixando seus aliados à vontade em busca de apoio entre seus pares. Talvez, por estar consciente de que precisará dos aliados para aprovação de suas contas, reprovadas pelo Tribunal. De fato, ambos vêm se movimentando para pegar musculatura, embora isso pareça pouco relevante, já que, para muitos, Martinelli já decidiu, nas entrelinhas, após o surgimento da candidatura de Cristiane, sua prima e ex-secretária de Governo da Prefeitura em seu primeiro mandato. Contudo, pessoas próximas do prefeito dizem não proceder à informação de preferência do alcaide pela candidatura da prima. A bancada governista demonstra-se inconformada com a situação. As últimas informações são de que Martinelli sequer atende as ligações efetuadas por vereadores ao seu celular e que o político teria se ausentado da cidade para tratar de obras para o município em Brasília. Inclusive, a insatisfação com o afastamento de Giuliano é tamanha que, a essa altura, mais dois edis decidiram fazer ventilar seus nomes na Casa para testar a viabilidade de novas candidaturas. Um deles é o vereador Nildo Pirôpo (PSB), antes oposicionista, hoje governista e que seria o candidato apoiado por Giuliano, mas como Martinelli não bateu na mesa, ele viu seu projeto enfraquecer e agora tenta reacender a chama, mantendo viva a esperança de ter o apoio do prefeito. O outro é Edmilson Barbosa – Dema (PSD), que chegou a negar pretensão pela presidência  [relembre aqui]. Há, entretanto, quem enxergue nas movimentações de Pirôpo e Dema somente um ”balão de ensaio” para, mais tarde, se não conseguir viabilizar candidatura para o comando da Casa, ao menos valorizar o passe, assegurando vaga na Mesa-Diretora, ou desestabilizar um dos postulantes. Relatos ouvidos pelo Blog Marcos Frahm dizem que, se o prefeito mantiver a palavra ”neutralidade”, Raimundo ganharia musculatura. Ele é considerado pelos próprios colegas um dos mais hábeis articuladores políticos com simpatia na Câmara. Apesar do bom trânsito com os pares, o ex-presidente não é unanimidade. Depois de lançar seu nome, passou a sofrer oposição de parlamentares mais ligados ao prefeito e ao atual presidente, Élio Boa Sorte (PP), que não obteve o voto de Louzado quando tentou, e não conseguiu, emplacar um projeto de Emenda à Lei Orgânica que voltaria a admitir a reeleição da Mesa – o  que permitiria sua candidatura para um terceiro mandato de presidente. A base governista conta com 13 dos 15 representantes da Legislatura.