Fundador do PFL diz que Lula aceitou uma injustiça que fizeram com ele: ”líder não se entrega”

Claudio Lembo diz que Lula foi injustiçado. Foto: Reprodução

”Eu acho que o Lula errou. Ele deveria ter ido para uma Embaixada. Um líder não se entrega. Ele aceitou uma injustiça que fizeram com ele”, afirmou Claudio Lembo, durante entrevista concedida a Bob Fernandes. O advogado, professor universitário e um dos fundadores do antigo PFL é o convidado do TVE Entrevista Especial deste sábado (12), às 22h, na TVE Bahia. Aos 83 anos e afastado da vida pública, Cláudio Lembo segue acompanhando os fatos no Brasil e se diz preocupado, entre outras questões, com a Petrobras. ”A Petrobras é uma conquista do nosso povo. De repente alguém vende todo o pré-sal, uma conquista nossa, científica dos brasileiros”, afirma. ”É preciso ter empresa estatal, tem que haver controle. Não pode haver uma Petrobras de ladrões, mas também não pode haver uma Petrobras privatizada e de ladrões externos”, dispara. Sobre a condenação do ex-presidente Lula no caso do chamado triplex em Guarujá (SP), que resultou em uma pena de 12 anos e 1 mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Lembo afirmou não ver sentido formal na decisão. Para ele, ”não se pode condenar um presidente por suposições ou indícios”. Cláudio Lembo fez duras críticas ao Poder Judiciário brasileiro. ”O juiz brasileiro virou uma vedete. Todo dia ele dá entrevista e agride alguém. Tem o prazer de agredir. Os meninos do Ministério Público, que são muito jovens, se expõem de forma excessiva. E acima de tudo o que me deixa profundamente surpreso são os vazamentos. Se é segredo de justiça, por que vai parar na tela da televisão? Alguma coisa está errada nisso. E o Conselho Nacional de Justiça silencia. E o Supremo Tribunal Federal silencia. Algo está errado neste país”, avalia. Na entrevista, Cláudio Lembo comentou ainda sobre a sua relação com o ex-senador e ex-governador da Bahia, Antonio Carlos Magalhães, falecido em 2007, aos 79 anos. ”Nossa relação foi normal durante muitos anos, sem nenhuma intimidade e sem nenhuma agressão. Quando fui governador ele me agrediu em função do PCC. E eu respondi muito duramente. Ele era senhor de engenho e eu era da senzala. E aí ficou claro”, comentou.