Fumantes podem ter mais chances de desenvolver 56 doenças e 22 possíveis causas de morte

Um estudo indicou que um fumante pode ter mais chances de desenvolver 56 doenças e ter 22 possíveis causas de morte, segundo pesquisa liderada por pesquisadores da Oxford Population Health, Reino Unido, da Universidade de Pequim e da Academia Chinesa de Ciências Médicas publicado na quinta-feira (1º) no periódico The Lancet. Os dados vieram do China Kadoorie Biobank.

A pesquisa analisou 85 causas de morte e 480 doenças diferentes e as enfermidades incluíram câncer de pulmão, estômago e bexiga; diabetes; ataque cardíaco; aneurisma aórtico; pneumonia; úlcera gástrica; e catarata.

No levantamento, 512 mil adultos foram recrutados para o estudo entre 2004 e 2008, em 10 diversas áreas urbanas e rurais da China, e foram acompanhados por cerca de 11 anos. Do total de participantes, 32,4% já fumaram regularmente, e mais homens fumavam com frequência do que mulheres: 74,3 % em comparação com 3,2 %, respectivamente. No período do estudo, mais de 48,8 mil participantes morreram e cerca de 1,14 milhão de novos eventos de doenças ocorreram.

Segundo o dado, o tabagismo foi associado a riscos maiores de 22 causas de morte (17 para homens e nove para mulheres) e 56 doenças (50 para homens e 24 para mulheres). Ante as pessoas que nunca fumaram, os homens que já fumaram regularmente tiveram um risco cerca de 10% maior de desenvolver qualquer doença, variando de 6% maior risco de diabetes a 216% para câncer de laringe. Eles também experimentaram internações hospitalares significativamente mais frequentes e prolongadas, principalmente devido a cânceres e doenças respiratórias.

Ainda de acordo com o dado, homens fumantes regulares e residentes em áreas urbanas tendem a começar a fumar mais cedo e a fumar mais do que os de áreas rurais; eles também tinham maior risco de morte, especialmente aqueles que começaram a fumar com menos de 18 anos.

Dos dados analisados, 19,6% dos homens (24,3% dos homens residentes em áreas urbanas e 16,2% em áreas rurais) e 2,8% das mortes das mulheres foram atribuídas ao fumo regular. Apesar da menor prevalência e intensidade do tabagismo entre as mulheres fumantes, elas apresentavam riscos relativos comparáveis de doenças respiratórias graves, demonstrando uma vulnerabilidade especial aos malefícios do tabaco (em comparação aos homens).

O estudo ainda indicou que as pessoas que pararam de fumar apresentaram níveis de risco semelhantes aos de pessoas que nunca fumaram, cerca de 10 anos após o fim do tabagismo.