Em Salvador, vice-presidente faz críticas aos governos petistas, mas não comenta soltura de Lula

Hamilton Mourão durante entrevista. Foto: Romério Cunha

Em solo soteropolitano, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, em discurso durante palestra na Fecomércio, em evento intitulado  ”Brasil: Futuro Econômico”, não deixou de tecer críticas aos governos dos ex-presidentes Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos petistas e principais adversários da gestão que integra. Ele, no entanto, não comentou a soltura do ex-presidente, na última sexta-feira (9).

Após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que vetou a prisão pós-condenação em segunda instância, o vice-presidente da República, questionou o Estado do Direito do Brasil e, ainda que nas entrelinhas, criticou a decisão da Corte Suprema. ”O Estado de Direito é um dos pilares da nossa civilização, assegurando que a lei seja aplicada igualmente a todos. Mas, hoje, dia 8 de novembro de 2019, cabe perguntar: onde está o Estado de Direito no Brasil? Ao sabor da política?’, publicou o general na ocasião.

Hoje ele não deixou de pregar que o populismo seria o causador da corrupção no país. ”O populismo planta hoje uma mentira doce para depois colher a verdade amarga. As desonerações, a redução de juros por decreto, os subsídios e os implícitos que é dinheiro entregue na mão do BNDES. Esse recurso é tomado a 15% no mercado e emprestado a meia-dúzia para os campeões nacionais[termo utilizado para empresas que ganharam gordos empréstimos do BNDES]”, disse.

Mourão ainda atribuiu o impeachment da ex-presidente Dilma à ”portabilidade criativa que, conforme ele, levou atraso dos pagamentos”. ”Uso dos bancos estatais para cobrir e maquiar o déficit fiscal, aumentado a dívida pública e as famosas pedaladas. Esse pacote deixou na seguinte situação: Estamos no sexto ano no vermelho”, pontuou. Mourão deixou o evento sem falar com a imprensa.