Cúpula do Ministério Público discute afastamento de promotora que fez campanha para Bolsonaro

Carmen desmentiu porteiro contra Bolsonaro. Foto: Reprodução

A cúpula do Ministério Público do Rio de Janeiro se reuniu na noite desta quinta-feira (31) para discutir o possível afastamento da promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho das investigações sobre a morte de Marielle Franco e Anderson Gomes.

De acordo com a TV Globo, o MP recebeu questionamentos sobre a promotora ter feito campanha para o então candidato Jair Bolsonaro, durante as eleições de 2018. Ela também já postou foto com o deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL), conhecido por quebrar uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco.

Carmen foi uma das três do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que participaram de uma entrevista coletiva sobre o caso na quarta-feira (30).

Na ocasião, Carmen Eliza, Letícia Emile e Simone Sibilio afirmaram que o depoimento de um porteiro sobre o que aconteceu horas antes do atentado não condiz com as provas reunidas pelo MPRJ. Especialistas, no entanto, apontam lacunas na perícia.

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No dia da posse de Bolsonaro, em janeiro deste ano, a promotora escreveu que ”há anos” não se sentia tão emocionada. Antes, ao celebrar a vitória do então presidente eleito, comemorou que o Brasil teria se livrado do ”cativeiro esquerdopata”. ”Patriotismo. Assim que se constrói uma NAÇÃO! União em prol do Brasil! Família, moral, honestidade, vitória do bem!”, anotou.

Na foto com Amorim, a promotora aparece com a Medalha Tiradentes pendurada no pescoço. Ela foi agraciada com a maior honraria do Legislativo fluminense em setembro deste ano, por iniciativa do deputado Delegado Carlos Augusto (PSD). ”Sempre tive certeza de que a minha árdua tarefa de vida seria o combate aos criminosos, que acabam com a paz no Rio de Janeiro”, disse Carmen na ocasião.