Criticado por vigilantes e ANS, plano de Saúde pode ter contrato rompido com governo do Estado

A gerente de acompanhamento regulatório de redes sociais da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Andreia Ribeiro informou, na última quinta-feira (5), durante participação em audiência pública realizada pela Comissão de Defesa do Consumidor e Relações do Trabalho da Assembleia Legislativa, que a operadora de planos de saúde MedVida, no ano de 2021, permaneceu na faixa 3 de avaliação pela agência, considerada a mais ‘gravosa’, quando apresentou o número de reclamações muito superior à média das outras operadoras de igual porte e segmentação.

A gerente da ANS explicou que, em decorrência do problema, a agência adotou providências administrativas e, no caso da Medvida, decretou um regime especial de direção técnica da operadora. ”A ANS colocou um agente público dentro da empresa para investigar mais a fundo o motivo de tantas queixas, mas, como está em fase de apuração, ainda não se sabe qual será o desfecho, se poderá continuar operando ou será descredenciada”. A audiência pública realizada na Assembleia foi solicitada pelo Sindicato dos Empregados de Segurança e Vigilância (Sindvigilantes-BA) aos deputados estaduais Maria Del Carmem e Jacó, ambos do PT.

”Toda e qualquer operadora que for contratada é obrigada a formar uma rede de prestadores, que terá de fornecer o atendimento integral das coberturas contratadas”, disse ainda a gerente da ANS. Durante a sessão, foi aprovada a emissão de uma carta de repúdio e um pedido ao governo da Bahia para que suspenda o repasse às empresas de vigilância dos valores do plano enquanto não for regularizado o atendimento à categoria. A vereadora Marta Rodrigues, também presente na audiência, comprometeu-se a levar o assunto também à Câmara Municipal de Salvador.

O Sindvigilantes/BA, o Sindmetropolitano e o Sindvigilantes/Feira, além de vigilantes presentes, denunciaram outras empresas por contratarem o plano de saúde que, segundo eles, ”não funciona, maltrata os vigilantes e (…) é o pior do país”. A audiência foi realizada após abaixo-assinado que denunciada a MedVida, subscrito por mais de 1.100 vigilantes ainda no final do ano passado.

Maria Del Carmem e Jacó também anunciaram uma reunião para os próximos dias com a secretaria de Administração do Estado (Saeb) para que os sindicatos cobrem do governo do Estado as providencias que lhe cabem, uma vez que este é o maior usuário dos serviços dos 10 mil vigilantes vinculados ao plano. A ANS e o Procon cobraram dos vigilantes que denunciem as irregularidades. Até o momento do fechamento desta edição, nesta segunda, a MedVida não havia retornado as ligações do site Política Livre, que diz manter o espaço aberto para sua manifestação.