Confirmada para Secretaria do ”Governo Bolsonaro”, Tia Eron promete respeitar a todos

Tia Eron não conseguiu se reeleger deputada. Foto: Divulgação

Confirmada como secretária da Mulher no governo do presidente Jair Bolsonaro, a deputada federal não reeleita Tia Eron (PRB) prometeu ”respeitar a todos” no cargo que ocupará. Ela foi anunciada no posto pela ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves – que se envolveu em uma polêmica após declaração sobre cores para meninos e meninas. ”Embora o Brasil atravesse por conflitos e posições partidárias severas, entendo que como cidadã brasileira tenho em minha consciência o dever de respeitar a todos. Por isso, peço ouvidos sensíveis e cooperação mútua de todos os movimentos de mulheres para unificar as políticas que adotarei como chefe executiva de estado ouvindo e debatendo com cada uma de vocês”, prometeu, disse, em publicação no Facebook, nesta sexta-feira (4). Ela ainda disse que deverá tomar decisões para contribuir com a ”diminuição do feminicídio, políticas de equidade, incentivo, promoção e luta dos direitos das mulheres”. Segundo Tia Eron, que agradeceu ao convite de Bolsonaro e Damares, ela foi indicada pela deputada Soraya Santos ”em caráter totalmente técnico”. A parlamentar não reeleita também se comprometeu a ”discutir e dialogar com movimentos de mulheres do Brasil e do mundo, estreitando as políticas internacionais das secretárias dos seus respectivos países”. ”Compreendo que tenho como prioridade adentrar as mulheres negras, indígenas, ciganas, quilombolas, do campo, das águas e ribeirinhas para maior inserção dessas mulheres nos setores econômico, jurídico, cultural e social”, declarou, na postagem.

Trajetória – Evangélica, Tia Eron começou a vida pública em programas sociais na Igreja Universal e foi eleita por quatro mandatos vereadora de Salvador. Como deputada, ganhou projeção nacional por ter ”sumido” antes de dar o voto decisivo da cassação do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ). Ela era próxima de Cunha e a expectativa era de que votasse contra a cassação por quebra de decoro parlamentar do deputado, que mentiu em depoimento na CPI da Petrobras sobre a existência de contas no exterior. Pelo tempo em que evitou se posicionar e até aparecer em público, surgiu o bordão: ”Cadê tia Eron?”. Pressionada, ela acabou votando a favor do relatório que condenava Cunha à perda de mandato.