Comandante-geral rebate críticas de que PM da Bahia faz política de extermínio

Anselmo Brandão em entrevista ao Portal A TARDE. Foto: Raphael Muller

O comandante-geral da Polícia Militar da Bahia, coronel Anselmo Brandão, reagiu nesta sexta-feira, 21, às críticas de que a corporação adota uma política de extermínio. Os padrões operacionais da instituição têm sido questionados nos últimos dias, após a PM realizar uma ação que culminou na morte do miliciano Adriano da Nóbrega, no último dia 9 de fevereiro, em Esplanada, Litoral Norte do estado.

As críticas ao modus operandi da polícia vieram dos mais variados espectros políticos. Desde a direção nacional do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que divulgou nota pedindo esclarecimentos sobre as circunstâncias da operação, até o presidente Jair Bolsonaro, que acusou a “PM da Bahia do PT” de ser responsável pela morte do ex-capitão da PM do Rio. O governador Rui Costa e o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, têm defendido, reiteradamente, a forma como a ação ocorreu. Para Brandão, as opiniões contrárias à política operacional da polícia baiana “não correspondem ao real”. “Nós temos uma das polícias mais respeitadas do Brasil, tanto que aqui você não vê criminosos dominando os bairros, você não vê toques de recolher, instituições financeiras sendo assaltadas quase todos os dias, porque nós temos todo o controle”, defendeu, em entrevista ao Portal A TARDE, durante visita ao Camarote.com.

Assim como Rui e Barbosa, o comandante-geral sustentou que os policiais que participaram da operação contra Adriano agiram “dentro da normalidade”. “Eu confio nos meus policiais, confio na versão que eles contaram. De antemão, a ação, para mim, foi legítima. Tenho a consciência de que nós temos homens preparados e, neste momento, estou ao lado deles”, afirmou.

Major Denice

O comandante-geral falou, ainda, sobre a possibilidade de a comandante da Ronda Maria da Penha, major Denice Santiago, ser candidata a prefeita de Salvador pelo PT. Ela é a aposta do governador Rui Costa para concorrer ao cargo pelo partido e aguarda a escolha da sigla, que tem outros quatro pré-candidatos: o ex-ministro da Cultura Juca Ferreira, a secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial Fabya Reis, a socióloga Vilma Reis e o deputado estadual Robinson Almeida. Brandão evitou opinar sobre a virtual candidatura da major, mas disse que, caso ela opte por se candidatar, provocará “uma perda” para a corporação. “Ela me comunicou que foi sondada, e eu disse ‘Siga seu caminho, siga seu coração’. Ela, como cidadã, tem direito de escolher que caminho seguir. Para a gente, é uma perda, se ela sair. É uma pessoa que tem condições profissionais de tocar os projetos que temos na corporação”, declarou. A Tarde.