Câmara: Oposição questiona contrato para obra que não começa, suspensão de alimentação escolar e demissão

Vereador Adailson diz que o prefeito de Jaguaquara ''não aceita críticas''
Vereador diz que o prefeito de Jaguaquara ”não aceita críticas”

A primeira sessão quente na Câmara Municipal de Jaguaquara após o resultado das eleições ocorreu na noite desta quinta-feira (30), com denúncias contra a administração pública municipal. A eleição 2014 gerou na Casa um clima de paz e amor entre base e oposição. A grande maioria dos governistas e oposicionistas optou pela união em prol da candidatura de Rui Costa (PT) ao governo da Bahia. Mas, o casamento, acabou antes da lua de mel. O líder da minoria na Câmara, Nildo Pirôpo (PT), que vinha evitando críticas ao Poder Executivo, representado pelo prefeito Giuliano Martinelli (PP), deixou de lado a união PT e PP e soltou o verbo ontem, dizendo estar cumprindo o papel que lhe foi confiado. Tornando a Sessão num clima propício a avaliações, Pirôpo ao discursar na Tribuna não poupou críticas ao Governo Municipal, que chamou de ”vergonhoso”, e fez revelações de problemas na questão de ordem administrativa no Município de Jaguaquara. Denunciou falta de alimentaçao escolar em instituições públicas da Rede Municipal, que atendem a alunos do Programa Mais Educação. Segundo ele, as crianças que se alimentavam, apenas nas instituições do Programa, ficam sem comer durante a hora do almoço, em decorrência, de acordo com o parlamentar, da suspensão da alimentação.  Ele pediu explicações e esclarecimentos a respeito da fiscalização do programa no Município.

Pirôpo
Pirôpo cobra explicação sobre suspensão de merenda escolar

O petista também questionou obra paralisada, o que não é mais novidade em Jaguaquara e cobrou da Prefeitura explicação para obra de cobertura de uma quadra de esportes, no Distrito Stela Dubois, cujo contrato foi celebrado com a empresa vencedora de processo licitatório, na ordem de R$ 183. 826,94, mas os serviços, que eram pra ser iniciados em junho, não começaram. ”A quadra está lá, a obra nem começou o prazo já vai vencer em dezembro e o valor esse. Queremos explicação, a população merece ter uma explicação”.

Contrato foi firmado, em R$ 183
Contrato foi firmado, em R$ 183 mil, mas obra não começa

O vereador Edmilson Barbosa – Dema (PTB) uniu-se ao petista e, também, questionou a obra de quase R$ 200 mil reais sem ter recebido se quer uma pedra no lugar. Dema protocolou requerimento exigindo, por parte de representantes da empreiteira responsável, e contratada pela Prefeitura, explicações sobre a obra. A multa aplicada prefeito Giuliano Martinelli (PP) pelo Tribunal de Contas dos Municípios, por irregularidades na contratação direta da empresa Instituto Municipal de Administração Pública (IMAP), fato que ganhou ampla repercussão na imprensa de toda a Bahia, também permeou as discussões na Câmara. Pirôpo disse que o TCM é o órgão competente e, se apontou irregularidades, foi por que o relator do processo, conselheiro Paolo Marconi, tem competência para julgar. Sem procedimento licitatório, o IMAP foi contratado para o licenciamento de software de divulgação de informações em sítios eletrônicos, porém, embora orçado em R$ 36.002,40, custou R$ 69.973,96. Nildo bradou contra aliados do prefeito, que tentam desviar o foco, querendo, nas entrelinhas, dizer que ouve má fé do relator. ”Isso é vergonhoso, querer ir de encontro ao julgamento do TCM. Quem está dizendo que houve irregularidade não é Nildo Pirôpo, é o TCM”. E as críticas não pararam por aí. O oposicionista criticou o chefe do Executivo por ter dificuldade de entender o papel da imprensa ao questionar erros da gestão ”PÚBLICA” e que prefeito não deve está brigando com veículo de comunicação, referindo-se ao Independente Blog, que tem sofrido ataques da administração e até do próprio alcaide com citações indiretas durante entrevistas, demonstrando-se descontente com as publicações relacionadas, dentro dos limites da liberdade de expressão, a sua gestão. Sobre as críticas infelizes ao Blog, o vereador Adailson Mancha (PT) também se pronunciou e pediu que o gestor respeitasse o trabalho do Blog. ”Ele está muito nervoso, só quer ouvir elogios, mas críticas não”. Mancha falou ainda das demissões de servidores, que deverão ocorre ainda nesta semana, classificando de absurda a atitude de Giuliano Martinelli em contratar, um grande número de funcionários, sem concurso público, e logo após o período eleitoral colocá-los no olho da rua. Governistas saíram em defesa de Giuliano Martinelli. Marleide Pinto de Novaes (PP) lamentou o fato de haver, segundo ela, comemoração por parte de pessoas contra a administração no caso das demissões. A vereadora afirma que a intenção do prefeito é manter os servidores na Prefeitura, garantindo o sustento dos pais de família, mas que a Lei de Responsabilidade Fiscal obriga o gestor a demiti-los. ”Giuliano é um prefeito que, praticamente, nem dorme, pensando em resolver os problemas do nosso povo. Eu fico triste em ver pessoas comemorando as demissões”. O presidente da Casa, Francisnei Santos (PP), rechaçou as críticas da oposição, tendo afirmado, veementemente, que o prefeito Giuliano empregou os servidores pensando no bem de todos, mas que terá que demitir os trabalhadores para ajustar as finanças da PMJ. ”Isso é normal em qualquer prefeitura. O prefeito está certo, tem que fechar as contas. A gente ver o prefeito se preocupar na saúde, na educação, enfim, a gente ver a coisa mudando em Jaguaquara nessa administração”, defendeu o presidente aliado.