Brasília: No Conselho de Ética, segundos podem definir futuro de Eduardo Cunha

Cunha na corda bamba. Alex Ferreira / Câmara dos Deputados
Cunha na corda bamba. Alex Ferreira/Câmara dos Deputados

A cena é inusitada: deputados suplentes do Conselho de Ética fazem fila na entrada do plenário e aguardam que a porta seja aberta. Em seguida, correm, disparam para marcar presença. Quem for mais rápido e digitar primeiro sua senha assegura o lugar para votar no colegiado, em substituição a algum titular ausente. Nessa disputa acirrada, os segundos estão definindo quem fica. Houve caso que foi preciso recorrer aos milésimos de segundos. Se fosse uma corrida de cavalos, diria que o vencedor foi conhecido pelo “photochart”, uma engenhoca que fotografa os animais no momento da chegada e põe fim à dúvida sobre quem ganhou. Essa peleia no Conselho de Ética é nova e motivada pelo investigado da hora: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ali, ele tem amigos e inimigos. Na sessão da última quarta-feira, os dois suplentes João Carlos Bacelar (PR-BA) – pró-Cunha – e Assis Carvalho (PT-PI) – anti-Cunha – marcaram presença exatamente no mesmo horário: às 13:00:22s. Foi preciso recorrer a um sistema de informática mais sofisticado, que, nos milésimos, deu a vitória a Bacelar (13:00:22:643), contra Carvalho (13:00:22:830). Essas disputas se dão dentro dos blocos partidários, ou seja, entre partidos que, teoricamente, são alinhados. Na prática, não há isso. Em cada bloco há quem queira Cunha longe da presidência e do mandato, e há quem o defenda com unhas e dentes. Esse pega entre “aliados” tem gerado bate-boca, como o ocorrido entre Ônyx Lorenzoni (DEM-RS) – anti-Cunha – e Sérgio Moraes (PTB-RS), pró-Cunha. Leia na íntegra