Advogados do Ministério da Educação entregam cargos; ”supremacia do interesse público”

 

Fala do ministro contrariou advogados. Foto: Reprodução/MEC

Um grupo de 11 advogados da União deixou a Consultoria Jurídica do Ministério da Educação. Os técnicos justificaram a saída dos cargos com a defesa da ”supremacia do interesse público sobre o privado”, em carta direcionada ao novo chefe do setor, Davy Jones Pessoa Almeida de Menezes.

Os advogados reagiram a declarações do ministro da Educação, Milton Ribeiro. Eles atuavam na coordenadoria de assuntos finalísticos, de assuntos administrativos, de assuntos estratégicos, de licitações e na chefia de divisão.

Segundo relatos internos, os advogados da União ficaram incomodados com falas do ministro durante a posse de Menezes, na última quarta-feira (16). Ribeiro afirmou que a Consultoria Jurídica impede que grupos econômicos sérios tenham acesso ao ministério, de acordo com esses relatos. Os servidores interpretaram a fala como uma pressão do ministro em prol de empresas privadas.Procurado, o Ministério da Educação ainda não se manifestou.

”É normal, para quem faz consultoria para os ministérios, uma certa tensão entre as demandas políticas e a análise jurídica”, avaliou Caio Alexandre Wolff, diretor da Anauni (Associação Nacional dos Advogados da União).

Não é a primeira vez que acontece uma debandada no âmbito do Ministério da Educação. Em novembro, o órgão do MEC que organiza o Enem sofreu uma debandada em protesto contra a atual gestão. Só no dia 8 daquele mês, ao menos 33 servidores pediram exoneração. Fontes: UOL e O Globo