”Ação de caráter ideológico e persecutório”, diz ACM, aliado de Bolsonaro, sobre corte de verba da Ufba

ACM critica decisão do Governo Bolsonaro. Foto: Max Haack

O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), criticou nesta quinta-feira (2) o corte de 30% dos recursos que, dentre outras instituições, atingiu a Universidade Federal da Bahia (Ufba), medida anunciada pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) na noite de terça (30).

Em entrevista coletiva pela manhã, ACM Neto afirmou não concordar com nenhum tipo de ação de caráter “ideológico” ou “persecutório” à universidade e disse esperar que a tesourada seja revista pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub.

“Já dialoguei com o reitor [da Ufba], professor João Carlos [Salles], com a minha preocupação, como eu acho que deve ser de todo cidadão baiano. A universidade federal é um patrimônio da Bahia. Não pode haver nenhum tipo de ação que possa trazer caráter ideológico ou persecutório à universidade. Nós não concordamos com isso. Acho que todos nós devemos lutar para que o orçamento da universidade seja preservado, para que suas atividades acadêmicas possam se desenvolver com plena capacidade”, disse o prefeito, que cursou Direito na Ufba entre os anos de 1997 e 2001.

“A gente sabe que um corte de 30% tem capacidade de inviabilizar o trabalho da universidade. É claro que ninguém vai concordar com isso. Nós esperamos que possa haver uma revisão por parte do Ministério da Educação em relação a essas medidas que foram tomadas”, assinalou ACM Neto.

‘Balbúrdia’

Inicialmente, antes de recuar e afirmar que o corte seria estendido a todas as universidades do país, o Ministério da Educação (MEC) havia informado que a decisão afetaria instituições que não apresentaram desempenho acadêmico esperado e, ao mesmo tempo, promoviam “balbúrdia” em seus câmpi.

Indagado sobre tais justificativas, ACM Neto afirmou desconhecer quaisquer argumentos plausíveis. “Eu até vi uma entrevista do reitor, muito equilibrada, na dizendo ele que nem ele próprio sabia o que havia fundamentado a decisão. Nós tínhamos visto, primeiro, o anúncio sobre três universidades; depois, o governo disse que isso seria aplicado a todas as universidades do Brasil. A gente não sabe quais são o argumento e o fundamento pra essa decisão. Então, tem que saber qual é o argumento dessa decisão. Com o corte de 30%, a universidade não tem como sobreviver e que, portanto, ninguém vai concordar com isso”, declarou o prefeito.