Corpo do ex-governador é velado em Salvador e será sepultado em Jequié, nesta quarta-feira

Lomanto Júnior com os netos
Lomanto Júnior em momento social com os netos. Foto: Arquivo

O corpo do ex-governador da Bahia, Antônio Lomanto Júnior, falecido na noite desta segunda-feira (23/11), numa unidade hospitalar da capital, onde esteve internado na UTI desde o começo deste mês, após ser acometido por uma infecção respiratória, será velado nesta terça-feira no Palácio da Aclamação (Av. Sete de Setembro, n. 1330, ao lado do Passeio Público, próximo ao Campo Grande, em Salvador. Na quarta-feira, o corpo será transladado para sua terra natal, Jequié, e será velado na Catedral de Santo Antônio, cujo sepultamento será realizado às 17h, no Cemitério do São João Batista.

Político de destaque no estado, Lomanto Júnior passou por diversos cargos eletivos. Começou a carreira política em 1946, como vereador do município de Jequié, no sudoeste do estado, lugar onde nasceu. Em seguida, tornou-se prefeito da mesma cidade, alcançando projeção ao levantar a bandeira do municipalismo, fato que o levou a conquistar o governo do estado no ano de 1962, sendo eleito o governador mais jovem da história da Bahia, aos 37 anos. Exerceu também os mandatos de deputado estadual, deputado federal e senador da República, entre 1979 a 1987. Encerrou a trajetória na política como prefeito de Jequié, no final dos anos 90.

Político cumpridor de suas obrigações, sempre esteve voltado para atender os interesses da população, com honestidade, competência, dedicação e responsabilidade. Costumava dizer: ”Sou político para servir, não para ser servido”. Primou pela ética na política, característica tão difícil de encontrar nos dias atuais. Líder municipalista, enfrentava os poderosos com coragem cívica, buscando sempre o melhor para os municípios. Essa postura lhe valeu a presidência da Associação Brasileira de Municípios (ABM), a partir de 1959. Com muita habilidade para fazer amizades, Lomanto Junior transformou a sua vida privada e pública em um celeiro de grandes amigos, de todos os segmentos.

 Como governador, Lomanto Junior mudou a matriz econômica do Estado, que era eminentemente agrícola, passando a ser de base industrial, com a implantação do Centro Industrial de Aratu. Em Salvador, reconstruiu o Teatro Castro Alves e construiu a Avenida Contorno. Integrou o Extremo Sul do Estado, construindo todas as ligações dos municípios com a BR – 101.Fez a Ponte Ilhéus – Pontal, obra reivindicada desde o governo Getúlio Vargas, e construiu e inaugurou o maior estirão de asfalto, com 400 km, ligando Feira de Santana a Juazeiro. Além disso, eletrificou todo o Estado, integrando o Sistema Paulo Afonso ao de Funil.

 

Lomanto Junior foi o único governador, na história política da Bahia, a sair nos braços do povo, que o conduziu do Palácio Rio Branco ao Campo Grande, numa manifestação espontânea que demonstrou a aceitação e popularidade de seu governo.Foi também o deputado federal proporcionalmente mais votado do Estado. Lomanto Júnior foi um estadista, muito atuante em todos os cargos que exerceu. É considerado pelos seus familiares, amigos e todos aqueles que compartilharam de sua vida, um ser humano extraordinário, humilde e de espírito conciliador. A sua generosidade tornou-se uma marca exaltada pelos amigos e colegas. No Senado, alguns pares o chamavam de Coração Transbordante. Deixa esse patrimônio moral para seus 5 filhos, 10 netos e 10 bisnetos. Herdaram a sua vocação para a política, o filho Leur Lomanto, que exerceu por sete vezes o mandato de deputado federal, e o neto, Leur Lomanto Junior, deputado pelo terceiro mandato na Assembleia Legislativa da Bahia.

Cronologia dos cargos de Lomanto Junior. Vereador – Jequié – 1947 a 1950. Prefeito – Jequié – 1951 a 1955. Deputado estadual – Bahia – 1955 a 1959. Prefeito – Jequié – 1959 a 1963. Governador – Bahia – 1963 a 1967. Deputado federal – 1971 a 1975. Deputado federal – 1975 a 1978. Senador – 1979 a 1987. Prefeito – Jequié – 1993 a 1996