80% dizem ao menos desconfiar de declarações de Bolsonaro, diz pesquisa Datafolha

Declarações de Jair não são confiáveis. Foto: Alan Santos

Uma parcela de 80% da população diz ao menos desconfiar das declarações do presidente Jair Bolsonaro, aponta a mais recente pesquisa do Datafolha.

Segundo levantamento nacional realizado na última quinta-feira (5) e sexta-feira (6), 43% dos entrevistados disseram que nunca confiam em afirmações do presidente, e 37% declararam confiar às vezes. Já os que dizem confiar sempre são 19% dos entrevistados —1% não soube responder.

A pesquisa ouviu 2.948 pessoas em 176 municípios em todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

O resultado da avaliação do presidente será publicado neste domingo (8) na Folha.

Desde o meio do ano, Bolsonaro incorporou à sua rotina manifestações quase diárias a jornalistas, especialmente em frente ao Palácio da Alvorada, o que aumentou a repercussão de suas declarações.

Foi em um desses episódios, por exemplo, em que fez comentários que contribuíram para uma crise diplomática relacionada às queimadas na Amazônia.

Em novembro, levantamento feito pela Folha mostrou que o presidente dá ao menos uma declaração falsa ou imprecisa a cada quatro dias. Os dados estão reunidos no Bolsonômetro, ferramenta que reúne afirmações do presidente checadas e contextualizadas pela Folha desde o início do mandato.

Na pesquisa desta semana, o Datafolha também questionou os entrevistados sobre como veem as atitudes de Bolsonaro, considerando o cargo que ele ocupa.

Um total de 28% disse que em nenhuma situação ele se comporta como um presidente deveria se comportar, enquanto outros 28% afirmaram que, na maioria das vezes, ele se comporta de acordo com o cargo que ocupa.

Para 25%, em algumas situações ele se comporta adequadamente, mas, na maioria, não. Outros 14% afirmaram que as atitudes são adequadas em “todas as ocasiões”.

Os números são mais favoráveis ao presidente entre entrevistados com 60 anos ou mais ou que tenham renda familiar mensal entre cinco e dez salários mínimos. A aprovação a Bolsonaro nesse item cai entre moradores da região Nordeste.