Mulheres são maioria das cientistas no Brasil, mas quase nunca chegam ao topo, diz Organização

/ Brasil

A física Márcia Barbosa, professora titular do Instituto de Física da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), estava em uma discussão acalorada com um colega estrangeiro durante uma imersão de pesquisadores em um evento na Califórnia, nos Estados Unidos.

Eles debatiam a aglomeração das suspensões coloidais, que contêm tanto moléculas grandes quanto partículas pequenas, e estão presentes no cotidiano da humanidade -desde a produção do desodorante spray e das fraldas até o processo de emulsão em que são fabricados a maionese ou o chantili.

Em determinado momento, as argumentações de Márcia convenceram a maior parte da plateia de pesquisadores. O oponente procurou justificar a derrota: ”Não ganhei o debate porque você me distraiu com seu perfume.”

”Não era um amigo, era um ilustre desconhecido, que conseguiu reunir em uma única frase um exemplo de assédio moral e assédio sexual”, diz ela, 62, especialista em mecânica estatística, membro titular da ABC (Academia Brasileira de Ciências), membro da Academia Mundial de Ciências, que em 2020 foi eleita pela revista Forbes como uma das 20 mulheres mais influentes no Brasil e mencionada pela ONU Mulheres (braço das Nações Unidas para a promoção da Igualdade de Gênero) como uma das sete cientistas que moldam o mundo.

”Se eu fosse um homem, não teria ouvido este comentário.”. Na opinião de Márcia, o cientista menosprezou o seu conhecimento e a sua formação pelo simples fato dela ser uma mulher, numa clara manifestação de ”misoginia”, diz. ”Para uma mulher conquistar espaço no mundo científico, como em qualquer outro lugar, ela precisa provar muito mais o seu valor do que um homem.”

Dados da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) provam que existe uma barreira invisível para o avanço das cientistas no mercado de trabalho. As mulheres estão em apenas 3 de cada 10 ocupações em ciência, tecnologia, engenharia e matemática no Brasil, embora representem 44% da força de trabalho no país (segundo dados de 2020 da Relação Anual de Informações Sociais -Rais).

Hoje, apenas 28% dos pesquisadores de todo o mundo são mulheres, informa o relatório ”Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em ciências, tecnologia, engenharia e matemática”, da Unesco. Não por acaso, só 17 delas ganharam o Prêmio Nobel em física, química ou medicina desde a primeira laureada, Marie Curie, em 1903. Já entre os homens, 572 foram agraciados com o Nobel nestas áreas, ou seja, 97% do total.

Dados de um estudo divulgado este ano pelos pesquisadores Roberta Silva, Alice Abreu, Carlos Nobre e Ademir Santana, intitulado”Androcentrismo no Campo Científico: Sistemas Brasileiros de Pós-Graduação, Ciência e Tecnologia como estudo de caso”, que passou a integrar os anais da ABC, mostram que o avanço das cientistas no mercado de trabalho é desproporcional ao seu nível de conhecimento.

De acordo com o levantamento, as mulheres são a maioria (58%) entre os bolsistas da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), agência federal ligada ao MEC que fomenta a pesquisa no país, assim como entre os estudantes de mestrado (57%) e doutorado (54%).

Mas elas deixam de ser maioria entre os bolsistas da Capes no exterior (são 48%), assim como membros (46%) ou coordenadoras (38%) de grupos de pesquisa, ou como bolsistas de pesquisa (25%) do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) -órgão responsável pelo financiamento da maioria dos projetos de pesquisa de graduação e pós-graduação no país. No comitê de seleção da ABC, a mais alta instância entre os acadêmicos, elas somam apenas 7%.

”A maternidade responde por parte deste cenário: a cientista para de trabalhar para ter filhos, deixa de lado por algum tempo a sua produção de artigos -que é o que mede a produtividade de um cientista-, perde editais para conseguir novas bolsas em pesquisa, e acaba sendo desligada das redes de colaboração na comunidade científica”, diz Márcia Barbosa.

”Mas isto [a maternidade] está longe de ser o principal motivo para que as mulheres não ocupem o topo do mundo da ciência”, afirma a titular de física da UFRGS. No último dia 22, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou a engenheira Luciana Santos (PCdoB-PE) como titular do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações), algo inédito na história da Pasta. ”As meninas são desde cedo vistas pela escola e pela família como ‘esforçadas’, enquanto os meninos são os ‘inteligentes”, afirma.

Este ano, a Unesco Brasil lançou no país o EducaSTEM 2030 – Movimento Global de Meninas e Mulheres na Educação e Carreira em STEM para Sociedades Inclusivas e Sustentáveis (Stem é a sigla de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, em inglês).

De acordo com o relatório da Unesco, muitas meninas são impedidas de se desenvolver nas áreas Stem ”por conta da discriminação, pelos diversos vieses e por normas e expectativas sociais que influenciam a qualidade da educação que elas recebem, bem como os assuntos que elas estudam”. A iniciativa pretende contribuir para a sensibilização das escolas na sua abordagem pedagógica, a fim de estimular as crianças a se desenvolverem nestas áreas do conhecimento.

”A ciência precisa de diversidade, de diferentes olhares sobre uma questão, porque a ciência é neutra, mas os cientistas não. São eles que escolhem o que e como estudar”, diz Márcia Barbosa, que cita um estudo da consultoria McKinsey, “Diversity Matters: América Latina”. O levantamento, com 700 empresas de capital aberto na região, apontou que empresas que adotam a diversidade têm probabilidade significativamente maior de alcançar uma performance financeira superior à de seus pares que não o fazem.

”Peça a qualquer criança para desenhar um cientista e ela vai imaginar um homem branco, velho, de óculos e jaleco. É como se as meninas nunca pudessem chegar a este lugar.” Com o objetivo de valorizar o trabalho das mulheres cientistas, a multinacional francesa de cosméticos L’Oréal promove todos os anos o prêmio Para Mulheres na Ciência. Realizado há 25 anos em nível global, o programa está na sua 17ª edição brasileira.

Em novembro, premiou sete brasileiras que receberam, cada uma, uma bolsa de R$ 50 mil para apoiar a continuidade das suas pesquisas -que abordam temas variados, desde os efeitos das mudanças climáticas na Amazônia até o uso de computação para avaliar mortalidade infantil, passando pela física aplicada à neurociência. Até hoje, a L’Oréal Brasil investiu R$ 5,1 milhões no prêmio, realizado em parceria com a Unesco Brasil e a ABC.

”A ciência é a base da inovação, é o que alimenta o futuro das empresas”, diz Cristina Garcia, diretora de pesquisa avançada e comunicação científica da L’Oréal América Latina. A empresa foi a primeira a investir na tecnologia para coloração para cabelos e no protetor solar.

Cristina destaca, no entanto, que o prêmio não tem o objetivo de trazer inovação para dentro da L’Oréal. Para isso, a empresa conta com outros programas como o ”Cientistas do Futuro”, voltado a estudantes de graduação de áreas como Química, Farmácia e Biomedicina, que destina 50% das vagas a candidatos negros.

”O prêmio é importante para trazer visibilidade e reconhecimento às pesquisadoras, para que elas deem continuidade aos seus projetos”, diz Cristina, 47 anos, franco-brasileira que teve como uns dos principais desafios na L’Oréal introduzir, há sete anos, o modelo de pele reconstruída SkinEthic RHE, produzida pela empresa do grupo, a Episkin, criado para substituir os testes em animais. Até então, os testes da L’Oréal Brasil precisavam ser feitos no exterior.

Hoje, dois terços da quipe da área de pesquisa e inovação da L’Oréal Brasil são mulheres e a liderança no setor é dividida igualmente entre homens e mulheres. Uma diferença e tanto em relação à média nacional, onde apenas 31% dos que trabalham com ciência, tecnologia, engenharia e matemática no Brasil são mulheres. Na Academia Brasileira de Ciências, elas somam apenas 14% e só 7% estão no principal comitê.

Em 106 anos da ABC, foi somente em 2022 que uma mulher, Helena Nader, se tornou presidente da instituição. ”Acho que isso poderia ter acontecido bem antes, em 1995, quando uma mulher, Johanna Döbereiner, chegou à vice-presidência da ABC”, diz Helena, 75 anos. ”Mas talvez o Brasil ainda não estivesse preparado para isso.”

Biomédica e doutora em biologia molecular, Helena se diz muito orgulhosa por estar à frente da ABC. ”Inclusive porque sei que me torno um modelo a ser seguido por meninas e adolescentes de todo o país”, afirma. ”Ao mesmo tempo, sei que não tenho direito ao erro, porque a mulher fica muito mais visada quando assume cargos como este. Ninguém olha um homem na mesma posição com tanta lupa.”

Lula recebe faixa de criança, indígena, negro, mulher, operário e pessoa com deficiência

/ Brasília

Bolsonaro (PL) se recusou a passar a faixa para Lula. Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu a faixa presidencial do ”povo brasileiro”, simbolizado nas figuras de uma criança, de um indígena, de um negro, de uma mulher, de um operário e de uma pessoa com deficiência. O ato ocorreu na rampa do Palácio do Planalto, após o petista ser empossado pelo Congresso Nacional.

Jair Bolsonaro (PL) se recusou a passar a faixa para seu sucessor, desprezando o rito democrático -ele embarcou na sexta-feira (30) para os Estados Unidos para passar a virada do ano. Desde que Bolsonaro sinalizou a apoiadores que não participaria da posse, os detalhes da entrega da faixa presidencial viraram motivo de especulação e foram tratados como mistério pelo entorno do petista.

Às vésperas do evento, os detalhes ficaram restritos, além do próprio petista, apenas à primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, e ao fotógrafo Ricardo Stuckert, que cuida da imagem do ex-presidente há duas décadas.

”Quem entrega a faixa é o povo brasileiro, que, segundo a Constituição, é o detentor do poder”, disse, neste domingo (1º), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), escolhido para ser líder do governo no Congresso.

Segundo interlocutores de Lula, duas ideias eram discutidas: que o petista recebesse a faixa de um grupo de pessoas que representassem a diversidade do povo brasileiro ou de um grupo de crianças, para simbolizar não só a diversidade do país, mas também o futuro.

Havia ainda a possibilidade de que o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), passasse a faixa. Ele foi sondado por petistas, mas segundo interlocutores do parlamentar, a transição não confirmou se pretendia levar adiante a ideia.

Nas redes sociais, petistas fizeram campanha para que o acessório fosse entregue a Lula por Dilma Rousseff, que teve seu mandato interrompido em 2016 após processo de impeachment. A ideia, no entanto, não chegou a ser considerada pela ex-presidente nem por Janja, segundo relatos.

A faixa presidencial foi criada em 1910 pelo então presidente Hermes da Fonseca como ato simbólico, mas o presidente que deixa o cargo não tem obrigação legal de participar do rito.

Assim como Bolsonaro, o ex-presidente João Baptista Figueiredo, último do período da ditadura, se recusou a passar a faixa para seu sucessor, José Sarney. Ele decidiu não participar da cerimônia de posse, preferindo acompanhá-la pela televisão.

Lula é empossado pelo Congresso e dá início ao seu 3º mandato como presidente da República

/ Brasília

Lula, Janja, Alckmin e Lu em carro aberto. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Após colher as respectivas assinaturas, o Congresso Nacional declarou na tarde deste domingo (1) Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 77, e Geraldo Alckmin (PSB), 70, formalmente empossados nos cargos de presidente e vice-presidente da República.

Lula e Alckmin inauguraram o terceiro volume do livro escrito à mão que reúne, desde 1891, os termos de posse presidencial. É a terceira vez que Lula coloca sua assinatura no livro -as duas anteriores foram em 2003 e 2007, ambas tendo como vice o empresário mineiro José Alencar (1931-2011).

Antes de assinar o termo, Lula também cumpriu a regra exigida dos presidentes diplomados de firmar o compromisso constitucional de manter, defender e cumprir a Carta, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.

Lula foi ovacionado no plenário da Câmara e ouviu gritos de ”Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula”. Formalmente empossado no cargo, o petista e seu vice seguirão para o Palácio do Planalto após o discurso no plenário da Câmara dos Deputados.

Lá ele receberá a faixa presidencial e fará novo discurso, dessa vez no parlatório, direcionado ao público concentrado na Praça dos Três Poderes. Lula foi eleito para seu terceiro mandato ao receber 50,9% dos votos válidos no segundo turno, contra 49/1% de Jair Bolsonaro (PL). Foi a primeira vez que um presidente perdeu uma disputa pela reeleição no país.

Lula e Janja deixaram a Catedral Metropolitana de Brasília rumo ao Congresso Nacional no tradicional Rolls Royce conversível usado pelo chefe do Executivo no dia da posse. Havia um impasse sobre se Lula e Janja usariam o carro aberto ou um fechado e blindado no trajeto, por motivos de segurança. O vice-presidente Geraldo Alckmin e sua esposa, Lu Alckmin, desfilam juntos no mesmo carro.

No Congresso, os quatro foram recebidos pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para o início das solenidades formais. Lula então foi cercado por parlamentares e passou a receber abraços e posar para para fotos.

No início da cerimônia, Pacheco fez homenagem póstuma e pediu um minuto de silêncio a Pelé, que morreu na semana passada, e ao papa emérito Bento 16, que morreu neste sábado (31).

Ministério da Saúde compra 50 milhões de doses adicionais da vacinas contra a Covid-19

/ Saúde

Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira (30) a compra de 50 milhões de doses adicionais da vacina contra Covid-19, em um acordo com a Pfizer.

De acordo com a pasta, o contrato atualmente vigente complementa o número total de doses chegará a 150 milhões. Com isso, ao longo de 2022, 81 milhões de doses foram entregues ao Brasil, e as 69 milhões de doses remanescentes do acordo serão entregues até o segundo trimestre de 2023.

O acordo prevê, neste momento, a entrega de vacinas bivalentes para pessoas acima de 12 anos e vacinas monovalentes para as faixas etárias de 6 meses a 11 anos.

Além disso, o contrato vigente também inclui a entrega de potenciais vacinas adaptadas à novas variantes que venham a ser aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Polícia Civil faz balanço de 2022 em Jequié e região, com aumento de 57,38% dos homicídios na Cidade Sol

/ Jequié

Jequié registrou 98 homicídios em 2022. Foto: Blog do Marcos Frahm

A Polícia Civil de Jequié, através da 9ª Coorpin, divulgou, no sábado (31), o balanço de atividades da instituição em Jequié, onde é sediada, e em mais 26 cidades dos territórios do Médio Rio de Contas e do Vale do Jiquiriçá, abrangendo uma população de aproximadamente 500.000 habitantes. Do total de ocorrências registradas nas unidades da Coordenadoria, 17.508, sendo 7.505 foram contabilizadas somente em Jequié.

Foram 572 flagrantes, sendo 251 em Jequié. Foram cumpridos 151 mandados de prisão, 44 de busca e apreensão, 2.159 inquéritos instaurados, conforme dados enviados ao Blog do Marcos Frahm pelo delegado Rodrigo Fernando, coordenador da 9ª Coorpin.

Dentre os números apresentados, destaque para o aumento de 57,38% do número de homicídios em Jequié, em 2022. A Cidade Sol registrou 98 ocorrência de homicídio, até sexta-feira (30)

Segundo o delegado, todos os casos são investigados pela Delegacia Territorial de Jequié. Ainda segundo a autoridade policial, a grande maioria dos casos tem como motivação a briga entre duas facções criminosas que disputam o comando do tráfico de drogas. Entre as vítimas, estão 11 (onze) mulheres, envolvidas com a disputa de grupos criminosos.

A Coorpin registrou no no ano de 2022, em comparativo com o ano anterior um aumento de 13%. -Em 2021, foram registrados 156 homicídios.  -Em 2022, 175 homicídios.

As unidades de Aiquara, Apuarema, Cravolândia, Dário Meira, Ibirataia, Ipiaú, Itagi, Itiruçu, Jaguaquara, Jitaúna, Lafaiete Coutinho, Manoel Vitorino e Planaltino registram diminuição. A cidade de Ipiaú, pelo quarto ano seguido registra diminuição do número de homicídios e Jaguaquara que passou por um ano turbulento em 2021 (23 ocorrências) registra esse ano uma diminuição de 39% (14 ocorrências).

”Destacamos que no âmbito da violência doméstica a DEAM/Jequié finaliza o ano de 2022 com 100% de redução referente ao número de feminicídio em comparativo ao ano de 2021 (02 registros). No que diz respeito ao crime de latrocínio a DRFR/Jequié também registra diminuição de 66,66% (01 registro), em comparação ao ano de 2021 (03 registro)”, diz a nota da Polícia Civil.

Vereador Tinho será empossado pela quarta vez consecutiva como presidente da câmara de Jequié

/ Jequié

A Mesa Diretora será empossada nesta segunda-feira. Foto: BMFrahm

O vereador Emanuel Campos, o Tinho, do PV, tomará posse como presidente da Câmara de Jequié, pela quarta vez consecutiva. O ato de posse está marcado para ocorrer às 19h desta segunda-feira (2), no plenário da Câmara Municipal.

Tinho se torna um recordista ao ser reconduzido por unanimidade ao cargo do líder do Poder Lgislativo da Cidade Sol, com o maior número de mandatos de presidente da Casa. Até então, o hoje deputado estadual Euclides Fernandes, José Simões de Carvalho Jr. e Ateodoro Vaz da Silva, este último na década de 1940, haviam conduzido os destinos do legislativo jequieense por três vezes. Considerado um nome leve na política local, Tinho é bem relacionado com os demais vereadores, tanto da base governista do prefeito Zé Cocá (PP), da qual ele faz parte, quanto da ala oposicionista.

Com participação destacada no Esporte, ele foi candidato a vereador de Jequié por três vezes, vencendo todas as disputas. A Mesa Diretora para o biênio 2023/24 terá a seguinte composição: Presidente: Emanuel Campos Silva – Tinho (PV) 1º Vice-presidente: Ramon Andrade Fernandes (PDT) 2° Vice-presidente: San David Aragão (PSD) 1° Secretário: Gilvan Souza Santana (Republicanos) 2° Secretário: Marcos Lameque Vasconcelos – Marcos do Ovo (Solidariedade) 3° Secretário: José Augusto Aguiar – Gutinha (PP). Também foram eleitos para outros cargos: Corregedor: Daubti Rocha Guimarães – Colorido (PP) Ouvidora: Maria Aparecida Souza de Deus – Professora Cida (PT).

Com lágrimas nos olhos e voz embargada, Rui Costa agradece ”oportunidade” dada por Jaques Wagner

/ Bahia

Grupo governista comemora posse na Assembleia. Foto: Divulgação

O ex-governador Rui Costa (PT), durante a cerimônia de transferência de governo para Jerônimo Rodrigues (PT) na manhã deste domingo (1º), se emocionou ao falar do seu amigo Jaques Wagner (PT), senador da República. Ambos se conheceram nos anos 1980, em atuação pelo Sindicato dos Químicos e Petroquímicos da Bahia, em Camaçari.

”Eu, olhando para trás, só sinto orgulho. E vontade de agradecer a essa amizade de apenas 40 anos. Senador da República, Jaques Wagner, tenho que lhe agradecer a oportunidade, da escolha oito anos atrás, para ser o candidato a governador da Bahia. Num salão parecido com esse, você me deu o desafio de fazer igual ou melhor do que você tinha feito. Espero ter cumprido o dever de casa à altura”, disse Rui, com a voz embargada.

Chorando, o ex-governador passou a palavra para Wagner, que encheu o amigo de elogios e criticou as administrações federais que conviveram com Rui Costa. ”Rui, eu me lembro bem das palavras que eu lhe disse naquele dia e hoje estou muito recompensado. Efetivamente, eu digo para todo mundo: você pegou um período muito mais difícil do que o meu, com governos federais que não ajudaram o estado da Bahia. Pelo contrário: tentaram prejudicar em vários momentos o nosso estado. E eu não, naveguei num mar tranquilo, porque peguei o presidente Lula e depois a presidenta Dilma no primeiro mandato. Você pegou um período de vacas magras, do ponto de vista dessa relação. E, mesmo assim, pela sua tenacidade, coragem, inteligência e responsabilidade, você realmente – e eu não tenho inveja, já disse isso várias vezes – superou”, elogiou Wagner.

O senador ainda desafiou Jerônimo a fazer um governo melhor do que o de Rui. Segundo ele, não há ciúme no grupo político petista. ”O segredo é que nosso grupo político não tem dono. Se tiver dono, é o povo da Bahia. Eu não fui dono do governo de Rui e, por isso, parecia até um governo novo, diferente. Por isso que não cansa. E agora vou ser obrigado a lançar o mesmo desafio a Jerônimo. Espero que ele lhe supere e faça melhor ainda do que você fez. E não dá ciúme, Rui, porque aqui a gente é família, é amigo”, afirmou Wagner.

Rui ainda aproveitou para criticar – sem citar nomes – pessoas que teriam tentado criar intrigas entre ele e Wagner. ”Ninguém faz nada sozinho. Aqui, como disse Wagner, não é um grupo que alguém procura ser chefe ou mandar nos outros. Agradeço não só a indicação para governador, mas são 40 anos. Eu conheço Wagner e tenho amizade com ele desde 1982, lá do Sindicato dos Químicos e Petroquímicos. E muitas vezes, Jerônimo, quando você assume o cargo de governador, aqueles que querem parecer mais amigos do que os outros começam a fazer futrica e fofoca, tentando criar falsas diferenças. E eu sempre disse que a gratidão, a lealdade, está acima de qualquer coisa”, concluiu o ex-governador. Com informações do site Bahia Notícias

Jerônimo Rodrigues toma posse como governador da Bahia: ”Darei o melhor para cuidar de vocês”

/ Bahia

Jerônimo e a primeira – dama Tatiana em posse. Foto: Divulgação

Oficialmente empossado como governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) realizou seu primeiro discurso como chefe do executivo do estado e agradeceu o apoio recebido durante a campanha. Relembrando suas origens, o governador assegurou que dará seu melhor no cargo e buscará a justiça social na Bahia. O petista também citou as eleições gerais e pediu um Brasil unido nos próximos anos.

”Assumo com muita consciência e responsabilidade o meu papel nessa luta secular por justiça social. A minha história de vida foi construída nos movimentos sociais, no estudo e no debate sobre as questões mais fundamentais de quem, como eu, sonha com um mundo mais respeitoso. Podem saber, darei o melhor de mim para cuidar de vocês”, afirmou Jerônimo.

”Meus amigos e companheiros de ideais e de trabalho, Jaques Wagner e Rui Costa, é um privilégio sucedê-los no governo da Bahia. Ainda mais nesse momento, em que o Presidente Lula é reconduzido democraticamente ao Planalto Central para liderar o processo de reconstrução do país”, completou.

Emocionado, o governador pediu pela união do país e afirmou que o resultado das urnas traz a mensagem de que o ”sonho venceu o medo” e disse que a Bahia deu continuidade ao governo petista por reconhecer os feitos de seus antecessores.

”Não adiantou viralizar fake news nas redes sociais, nem engendrar operações escusas que tentaram até atrasar e impedir a chegada dos eleitores às suas sessões. A democracia é maior! A esperança venceu, o sonho foi maior do que o medo. Nessas eleições, a população baiana confirmou o reconhecimento e a confiança depositada no nosso projeto. Mas, também, mandou um recado consistente: ela quer mais e melhor. O palanque eleitoral acabou. Precisamos de um Brasil unido e sem ódio. O Brasil é um só”, comentou Jerônimo.

O chefe do executivo baiano também ressaltou a reforma administrativa, que foi aprovada pela Assembleia Legislativa (AL-BA) em dezembro de 2022 (mais detalhes aqui). O governador afirmou que a medida é uma modernização da administração pública, consolidando áreas de controle interno do governo. O petista relembrou dos municípios afetados pelas chuvas e também agradeceu a Casa pela agilidade em aprovar ações reparadoras.

”A reforma administrativa, recém aprovada, é um exemplo de fortalecimento das áreas sociais do governo, modernização da administração pública e consolidação das áreas de controle interno das secretarias. Muito obrigado. Também sou grato pela aprovação das medidas de socorro e apoio aos municípios e segmentos sociais atingidos pelas fortes chuvas do mês passado. O Governo da Bahia está ao lado dos gestores municipais e da população”, disse Jerônimo. Com informações do site Bahia Notícias

Lula celebrou chegada de 2023 em jantar para 70 convidados em Brasília, incluindo colaboradores

/ Brasília

Lula com familiares durante o Réveillon. Foto: Reprodução / Instagram

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu cerca de 70 convidados na noite de Réveillon em Brasília. Além da numerosa família do petista, que toma posse como presidente neste domingo (1º), o jantar contou com a presença de colaboradores diretos e um grupo restrito de amigos.

Entre eles, o médico Roberto Kalil, o empresário José Seripieri Filho, o advogado Marco Aurélio Carvalho, o deputado estadual Emídio de Souza (PT) e o futuro ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, com suas mulheres.

Seripieri Filho deu carona a Lula em seu avião na viagem ao Egito, para a COP27. Após a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, o petista seguiu para Portugal no mesmo jato. Sob vigilância da mulher, Rosângela Lula da Silva, a Janja, Lula evitou excessos. Comeu pouco e bebeu menos ainda, segundo presentes. À mesa, bacalhau, salmão e cordeiro.

A fisioterapeuta de Lula, as famílias dos seguranças e demais assessores estavam entre os convidados. Três velhos amigos de Janja também participaram do jantar. A cerimônia de posse neste domingo incluirá desfile em carro, shows musicais e discursos de Lula. Os organizadores do evento esperam um público total de 300 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios.

O petista e Geraldo Alckmin (PSB) devem chegar às 14h20 na Catedral de Brasília, com as esposas Janja e Lu Alckmin. Depois irão ao Congresso onde será realizada uma sessão solene de posse, às 15h. Uma hora depois, Lula deve sair do Senado e ir até a área externa do Palácio do Planalto, onde terá início a cerimônia de honras militares e entrega da faixa presidencial na rampa da sede do Executivo. *Catia Seabra / Folhapress

Política vence primeiro round contra Haddad e subsídio aos combustíveis será prorrogado

/ Brasília

Haddad vai assumir o Ministério da Fazenda Foto: Divulgação

A área política do governo Lula (PT) venceu o primeiro round contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e fez prevalecer a sua opinião de que a isenção de impostos federais sobre combustíveis deve ser prorrogada. E mais: o prazo para a duração da desoneração pode ser ainda maior do que o inicialmente debatido, que ficaria entre 30 e 120 dias.

Ela pode durar mais para o diesel do que para a gasolina. Integrantes do núcleo político do governo e do PT defendem um prazo mais alargado de isenção para evitar o desgaste que o aumento no preço do diesel e da gasolina, consequência da volta do imposto, provocaria na opinião pública.

O impacto em diversos outros preços, com reflexos nos índices de inflação, aumentaria o desgaste. O cálculo é que um aumento no diesel poderia alimentar a oposição ao governo entre caminhoneiros, com potencial de paralisação e bloqueio nas estradas que colocaria o país em uma zona de instabilidade.

Já a equipe de Haddad se preocupa com o aumento do rombo nas contas do governo caso a política de isenções adotada por Bolsonaro nas eleições não seja revertida num prazo razoável. A isenção dos combustíveis custa mais de R$ 52 bilhões aos cofres federais. Um pequeno aumento no diesel e na gasolina agora evitaria um problema maior no futuro, com ameaças ao equilíbrio fiscal.

Entre os defensores da prorrogação mais longa estão a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A medida provisória prorrogando a desoneração deve ser assinada por Lula nas próximas horas, depois que ele tomar posse do cargo de presidente da República.

O imbróglio sobre a volta da cobrança de impostos sobre combustíveis já dura diversos dias. A Medida Provisória editada por Jair Bolsonaro (PL) no ano passado, visando conter a explosão de preços do diesel e da gasolina impulsionada pela guerra da Ucrânia, caducaria no fim do governo passado.

Haddad e Guedes chegaram a negociar a edição de uma nova medida por Bolsonaro, para prorrogar a isenção por ao menos 30 dias. O ministro da Fazenda de Lula depois recuou: Guedes não editou nova MP e os debates sobre o assunto passaram a ser travados internamente entre a área econômica e a área política do novo governo.

*Mônica Bergamo / Folhapress

Nicolás Maduro não virá à posse de Lula e será representado por chefe do Legislativo

/ Brasília

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, não virá à posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apesar da revogação de um decreto que o proibia de entrar no Brasil.

Em seu lugar, virá o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodriguez. Não foi dada uma explicação oficial ao Itamaraty para a ausência. Neste sábado (31), uma delegação venezuelana chegou a Brasília para preparar a visita de autoridades do país.